Reação à vacina da febre amarela causa nova morte

A Secretaria Estadual da Saúde confirmou ontem (16/03/09) a morte de um segundo gaúcho por reação à vacina contra a febre amarela, desde outubro, quando intensificou a campanha contra a doença.
O agricultor Ario Nei Tonetto, 39 anos, morreu em 16 de fevereiro no Hospital de Caridade em Santa Maria/RS, após passar mal com a imunização.
Segundo o governo do Estado, Tonetto tomou a vacina no dia 4 de fevereiro.
Seis dias depois, começou a apresentar sintomas como febre alta e icterícia (amarelão).
De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde, duas semanas antes de tomar a dose, Tonetto teve varicela - doença causada por um vírus que provoca bolhas e febre alta.

As análises de amostras do sangue do agricultor não deixaram dúvidas: Tonetto foi vítima de uma reação vacinal.

- Os casos de morte por vacina são raros. Os dados que temos indicam uma morte a cada 1,5 milhão de pessoas vacinadas. Por uma triste coincidência, duas pessoas de Santa Maria morreram. (Triste coincidência????????????????????????)
Acreditamos que ambas estavam com a imunidade baixa e, por isso, tiveram problemas - diz o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra.
É uma rotina questionar as pessoas que apresentam-se para a vacina sobre sua imunidade, se está baixa ou não? Como saber disso naquele momento? Como avaliar se a pessoa pode ou não receber a vacina, nesse caso?

A primeira morte por reação à vacina foi registrada em janeiro: a dona de casa Lilian Regina Xavier, também com 39 anos, tomou a dose porque iria acampar em área de risco.
Como fazia hemodiálise e tinha lúpus (doença que desequilibra o sistema imunológico), ela procurou um médico e o profissional teria avaliado que o risco de Liliane morrer pela vacina era menor do que pela doença.

A Secretaria da Saúde recomenda que a pessoa antes de receber a vacina, confira seu estado de saúde: se estiver com a imunidade baixa, deve evitar a dose, feita com o vírus vivo e atenuado.

Liliane seguiu essa recomendação mas sua morte indica que devia ter avaliado melhor seu estado de saúde... e Tonetto, aparentemente, desconhecia essa recomendação.
Repito minha dúvida: é uma rotina recomendar essa avaliação ou está sendo sugerida agora, após as duas mortes?

QUEM NÃO PODE RECEBER A DOSE
(Essas informações deveriam ser amplamente divulgadas - não num cantinho de página de jornal, como nessa matéria - e além disso, deveriam questionar minuciosamente as pessoas antes de tomarem a vacina)

1) crianças com menos de 9 meses;

2) gestantes, dada a chance de infecção para o feto;

3) pessoas com HIV, leucemia e linfoma e quem está fazendo quimioterapia e radioterapia;

4) alérgicos a ovo, já que a vacina é preparada em ovos embrionados;

5) alérgicos ao antibiótico entromicina e à gelatina, componentes da fórmula da vacina;

6) pessoas com antecedentes de reação alérgica a uma dose prévia da vacina antiamarílica e à hemodiálise.

Será que dá tempo de fazer todas essas perguntas a um grande número de pessoas, aglomeradas numa fila, ansiosas e com pressa de tomar a vacina, movidas pelo pânico de pegar a doença?

Fonte: Jornal ZH de 17/03/09
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