Tuesday, August 3, 2010

Jornalismo transparente: a verdade nua e crua


Em primeiro lugar, o jornalismo atual é, basicamente, vendido, ou seja: manda o dono do veículo que atende as solicitações dos patrocinadores que podem ser empresários ou políticos ou até o próprio governo.
Devido a esse atrelamento, os divulgadores (hoje em dia, qualquer um é "jornalisrta") distorcem as informações e tomam partido de um lado, quando o assunto divide opiniões, além de ignorar fatos que possam contradizer essa tomada de posição.
Isenção e ética são palavras que perderam o sentido na produção jornalística...

Logo, é muito bem-vindo o surgimento do Wikileaks, um site que divulga documentos secretos e mostra a verdadeira versão de fatos que foram apresentados de forma incorreta ao público - um site totalmente Fora do Manual!

Liderado pelo australiano Julian Assange, reúne um grupo de hackers cujo objetivo é "vazar segredos de Estado e informações sensíveis na internet, de forma bruta, sem análise nem comentários. Trata-se de uma missão evidentemente jornalística, mas realizada por meio de conhecimentos de tecnologia, em geral, distante das redações convencionais."

Wikileaks divulgou, na semana passada, 90 mil documentos secretos sobre a Guerra do Afeganistão, em parceria com os jornais The New York Times (EUA) e The Guardian (Inglaterra) e a revista alemã Der Splegel. O site preserva suas fontes e, segundo Assange, desse pacote foram omitidos documentos que poderiam por vidas em risco, ao serem divulgados.
O site também divulgou um video da guerra do Iraque, o Collateral Murders, mostrando helicópteros de guerra atacando e matando civis, incluindo crianças. A divulgação desse vídeo, segundo a revista Época (edição 637), "projetou o Wikileaks a um improvável estrelato do jornalismo investigativo internacional. É um grupo misterioso cujo messianismo só não é ridículo porque os fatos mostram que, de alguma forma, o Wikileaks está mesmo mudando o mundo com suas denúncias. O Wikileaks é uma espécie de janela aberta a quem quer vazar informações que dificilmente seriam vinculadas pela mídia tradiiconal. A filtragem é feita por um grupo secreto de pessoas, que trabalham num regime de voluntariado. O site vive de doações e sua curta existência tem sido marcada por furos sensacionais e dificuldades em pagar as contas. O Wikileaks não tem sede. As alternativas de contato com o site são a internet ou uma caixa postal alugada."

Proteger as fontes é essencial para quem faz jornalismo desse teor, já que vive basicamente delas. Por isso, a investigação do governo norteamericano aos vazamentos, principalmente sobre o soldado Bradley Manning, preso por suspeita de ter vazado o video e os documentos, pode desistimular outros que queiram abir a boca... É o maior risco para que o Wikileaks continue sua existência.

Mas, "ninguém pode negar que nunca se soube tanto sobre a Guerra do Afeganistão como agora e isso, provavelmente, vai abreviá-la, como aconteceu na década de 1960 quando se tornaram conhecidos os horrores do Vietnã por meio de fatos e imagens como a da garota vietnamita que corria nua com as costas queimadas por napalm. Caso isso aconteça, o papel do Wikileaks terá sido crucial."

Para visistar o site: http://wikileaks.org/wiki/Wikileaks

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