Friday, April 27, 2012

Os 26 anos da catástrofe de Chernobyl


A Ucrânia relembrou ontem os 26 anos da catástrofe da usina de Chernobyl com o início da construção de um novo sarcófago sobre o reator de número 4, cuja explosão em 26 de abril de 1986 provocou o maior acidente nuclear da história. Custará em torno de 1,5 bilhão de euros e foi projetado para reduzir a ameaça de radioatividade no local, substituindo a camada de concreto colocada em caráter de urgência sobre os restos do reator acidentado - instalação que apresenta fissuras e não pode ser considerada segura.

Após o acidente, que chegou a contaminar boa parte da Europa, milhares de pessoas foram enviadas sem proteção ao local do desastre para ajudar a combater as chamas e para resfriar o reator. Mais de 25 mil destes denominados "liquidadores" - russos, ucranianos e bielo-russos - perderam suas vidas nesse ato. Por isso, uma manifestação ocorrida ontem em Kiev, contou com mais de mil "ex-liquidadores", exigindo indenização maior devido ao risco ao qual foram expostos.

Segundo o Ministério da Saúde do país, 2,4 milhões de ucranianos - sendo 428 mil crianças - sofrem até hoje de problemas de saúde relacionados com o acidente de 1986.

Existem atualmente, segundo dados publicados em 2010 pelo relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), 439 usinas nucleares ativas no mundo, na geração de energia elétrica!


Segundo esse mesmo relatório de 2010, 43 países já manifestaram interesse à AIEA em construir usinas desse tipo e segundo o órgão mundial controlador, a principal barreira para a ampliação desse tipo de energia ainda é a resistência da opinião pública. 

O Irã proibiu nesta segunda-feira (21) a entrada no país de dois inspetores da AIEA, que iriam verificar suas instalações nucleares. Segundo o chefe do programa nuclear iraniano, Alí Akbar Salehi, os inspetores não têm o direito de ir ao Irã, porque “filtraram informações antes que elas fossem oficialmente anunciadas e ainda fizeram relatórios falsos". O que está por trás das sanções ao programa nuclear do Irã

Como funcionam as usinas nucleares

Lembremos também das 6 usinas de Fukushima Dai no Japão, desativadas após a tsunami...
Risco atômico: As lições aprendidas até o momento no Japão

Césio 137: O brilho da morte Em 13 de setembro de 1987, dois catadores de lixo de Goiânia deram início ao que seria o segundo maior acidente radioativo do mundo, atrás apenas de Chernobyl, na Ucrânia. Ao arrombarem um aparelho radiológico, encontrado nos escombros de um antigo hospital, expuseram o césio 137, pó branco que emitia um estranho brilho azul quando colocado no escuro. Considerado sobrenatural, o elemento radioativo criado em laboratório passou de mão em mão, contaminando o solo, o ar e centenas de moradores da capital goiana.
O segundo maior acidente radioativo do mundo, em Goiânia, fará 25 anos no dia 13 de setembro de 2012


Filmes que abordam a energia nuclear

Os senhores do holocausto (Day one). EUA, 1989. Dir. Joseph Sargent. Com Brian Dennehy e Hal Holbrook.
O início do fim (Fat man and little boy) . EUA, 1989. Dir. Roland Joffé. Com Paul Newman, Dwight Schultz, Bonnie Bedelia e John Cusack.

Há 55 anos, em 6 de agosto de 1945, foi lançada dos céus de Hiroshima a primeira bomba atômica. Chamada de Fat Man, sua explosão causou a morte instantânea de 70 mil pessoas. Outras 130 mil morreram momentos depois, após uma intensa agonia. Para produzir este artefato de poder destrutivo nunca antes atingido foi criado o primeiro projeto de Big Science da ciência moderna. O projeto Manhattan reuniu físicos de todo o mundo - sob o comando do cientista J. R. Oppenheimer e do general Leslie Groves - para a criação da arma que imporia o fim da Segunda Guerra Mundial.

Os filmes O início do fim e Os senhores do holocausto contam esta história. O medo de que os alemães estivessem trabalhando com uma arma semelhante, o desconhecimento do perigo do material radioativo, os conflitos entre o método de trabalho dos cientistas e dos militares, o ambiente de sigilo e confinamento criado pelos militares e as primeiras dúvidas sobre a ética do projeto são retratados, embora de maneira diferente, em ambos os filmes. Os senhores do holocausto constrói os personagens de uma maneira mais estereotipada (o general durão, o cientista anárquico e criativo), apesar de ser mais completo por ser mais longo. O início do fim é dirigido por Roland Joffé (A missão) e mostra como a bomba era importante para os militares não apenas para a Segunda Guerra (que já estava ganha quando a bomba foi lançada em Hiroshima) mas que seria um dos instrumentos mais importantes para a Guerra Fria que se iniciava.

A síndrome da China (The China syndrome). EUA, 1978. Dir. James Bridges. com Jane Fonda, Jack Lemmon e Michael Douglas.

O acidente de Three Mile Island foi o primeiro acidente envolvendo uma usina nuclear a sensibilizar a opinião pública para os riscos que ela trazia. Lançado doze dias antes do acidente, o filme A síndrome da China retrata as dificuldades de uma equipe de reportagem, que documentou um princípio de acidente em uma usina nuclear, para trazer o documento a público. Se a filmagem se tornasse de conhecimento público, a autorização para o funcionamento de uma nova unidade da usina estaria em risco, o que faz com que os donos da usina passem influenciar a rede de TV para que não exibam o documento. O princípio de acidente teria sido causado pela desatenção à algumas normas de segurança dispendiosas. A síndrome da China a que se refere o título é o nome do efeito que um acidente com este tipo de reator poderia trazer. O aquecimento interno tornar-se-ia incontrolável e o vaso em que o reator é contido derreteria, passando a afundar no chão até que chegasse na China.
Além de ser um suspense emocionante, o filme dirigido por James Bridges é um alerta sobre como as pressões comerciais podem inibir uma preocupação séria com a segurança. No caso de uma usina nuclear, isto pode colocar a vida de um incontável número de pessoas em risco.
Fonte: Filmes indicados

ATENÇÃO: No vídeo abaixo,  informam que é a PARTE 2, mas é a PARTE 1, ou seja, está invertida a ordem das partes. Quando forem procurar o seguimento do vídeo no youtube, procurem a PARTE 1 e depois a PARTE 3. 





Há muita informação para ser analisada, entre elas, é essa a melhor alternativa que temos para obter energia? Quais os riscos reais de ter usinas atômicas construídas e instaladas no planeta? O Brasil precisa destas usinas? Reflitam e criem uma opinião.

2 comments:

Rangel said...

Às vezes pensamos ter sido um sonho, mas foi um fato trágico e, relembrarmos nos faz voltarmos ao passando para repensarmos o presente e planejarmos melhor o futuro... Um abraço e parabéns pelo blog.

Vera Falcão said...

Oi, Rangel, muito boa e verdadeira a tua reflexão... Obrigada por ter apreciado o blog, grande abraço!